Homem de Aço (Man of Steel, 2013) de Zack Snyder
Órfão. Exilado. Adotado. Diferente. Escolhido.
A trajetória de Kal-El, maior super herói de todos os tempos, criado pela DC Comics em 1938, é recontada em tom épico no filme que redefine a mitologia do Superman nos cinemas. O herói, vindo de Kripton, é retratado com as dúvidas, dilemas e incertezas de um mortal. Superman nunca foi tão humano.
Símbolo definitivo da bondade, nobreza e moral ele é interpretado de forma firme e consistente por Henry Cavill (da série de TV The Tudors). O elenco inteiro foi escolhido com extremo critério e todos se saem incrivelmente bem. Os destaques são Amy Adams (indicada ao Oscar de melhor atriz por A Chegada), com uma Lois Lane que personifica as melhores características de todas as versões já apresentadas (de Margot Kidder, passando por Teri Hatcher e Erica Durance) e Michael Sheen, como o icônico general Zod.
A escolha do vilão também se traduz em um enorme acerto, pois ao escolher deixar Lex Luthor para um segundo momento, o diretor Zack Snyder permite mostrar lutas e batalhas em uma escala nunca antes vistas na tela. Os confrontos entre Superman e Zod respondem pelos momentos mais eletrizantes do filme, daqueles que não conseguimos nem piscar.
Embora o filme conte com uma grande dose de ação são os momentos íntimos e pequenos que se destacam, a maioria deles mostrados em flashbacks com uma sensibilidade ímpar. São momentos da infância e adolescência de Clark, a descoberta de seus dons, a relação familiar. Sacrifícios que o moldaram em alguém que mesmo sem super poderes já seria um herói. O maior poder de Kal-El não é mesmo a força ou a habilidade de voar, seu poder maior é realmente sua virtude.
“Homem de Aço” não é uma produção convencional baseada em quadrinhos, vai além, exigindo um pouco mais de envolvimento do público com um drama perceptivelmente mais profundo. É, acima de tudo, um filme sobre a esperança, a esperança de sermos melhores como raça e como indivíduo.