Indubitavelmente, o militar francês Napoleão Bonaparte (15/8/1769~5/5/1821) é uma das figuras mais importantes da História, e naturalmente é uma figura endeusada na França. Decerto pelo tamanho de suas conquistas, mas também por suas derrotas e movimentos políticos gravados na História. Se você tiver a oportunidade de visitar Paris, na França, por exemplo, vai entender o tamanho de Napoleão a partir das homenagens. E há uma profusão delas. Exposições e museus com seus itens (incluindo até um de seus famosos cavalos brancos, empalhado), por exemplo. Mas o mais impressionante é o Mausoléu, onde seu corpo está depositado, de ambiente tão gigantesco quanto seu ego.
De forma resumida, podemos dizer que ele foi um grandes líderes franceses de todos os tempos. De carreira militar, ganhou destaque durante a Revolução Francesa, e a posteriori liderou várias campanhas militares de sucesso durante as Guerras Revolucionárias Francesas. Tornou-se Cônsul da França por meio de um golpe, em 1799. Até que em 1804 se autocoroou imperador. Entre seus dois exílios, voltou a governar de formar militarista o país durante 100 dias, e após rendição, ficou até a sua morte na pequena Ilha de Santa Helena, em 1821.
E como fez Ridley Scott, esse texto não passa de um esboço, longe do olhar da crítica cinematográfica. Me atenho apenas às minhas percepções particulares, relembrando a cada cena projetada em tela, e ligando de forma pessoal o sentimento que tive ao visitar aos tais museus franceses que exaltam e relembram a sua história. Lá sim, mesmo com à ode ao patriotismo e o tom de admiração à figura história de Napoleão, dá para conhecer melhor o seu papel fulgurante em muitas das batalhas pelos quais passou a França, conhecido como Era Napoleônica (1799~1815).
É isso, a superprodução Napoleão (Napoleon, 2023), que traz Joaquin Phoenix (Oscar de melhor ator por Coringa, 2021) como protagonista, é um mero recorte que traz um breve olhar sobre a História na tela grande. Pelo menos em sua versão apresentada para o cinema, que dura exatos 168 minutos, que foca boa parte da sua trama na relação de amor incondicional entre Napoleão e Josefine (Vanessa Kirby, indicada ao Oscar de melhor atriz por Pieces of Woman, 2020), resvalando muitas vezes até em um tom de escracho. Cortesia do roteiro de David Scarpa, que retoma a parceria com o mesmo cineasta de Todo Dinheiro do Mundo (2017).
Mas para não perder a oportunidade e o costume, o experiente diretor não se descuida de orquestrar de forma visualmente satisfatória as principais batalhas lideradas pelo francês. Digamos que ele joga um jogo de pouquíssimos riscos, desenhando assim seu produto final de forma comercial e palatável para todos os públicos, nada contra. Mas é importante ressaltar que essa versão “editada” tem gargalos narrativos visíveis. Mas independente disso, o posicionamento de sua produção é bem claro, segue mirando além da boa bilheteria, o sucesso na temporada de premiações. Leia-se, Oscar.
Versão do Diretor
Por fim, uma informação embutido com um desejo meu. A produção original da Apple+, inclusive, já tem sua “Versão do Diretor” confirmada com exclusividade para o seu serviço de streaming, com 4 horas de duração. Essa é a informação, mas o meu desejo é que, ao adicionar cerca de 90 minutos ao filme nessa nova montagem, possamos ver mais da História (com H maiúsculo mesmo), dada o tamanho do personagem ressaltado na passagem inicial do texto.
Ridley Scott
Um de seus filmes mais famosos é Gladiador (2000), e que em breve ganhará uma sequência. Pela aventura épica, o cineasta concorreu ao Oscar de melhor direção. Perdeu, mas seu filme levou ganhou como melhor produção do ano. Contudo, Ridley Scott não o produziu, portanto o veterano das telas segue em busca de uma estatueta para chamar de sua. Para além do estilo épico do longa, Napoleão, 2023) e Gladiador unem novamente os talentos do diretor e Joaquin Phoenix, que havia ganhou sua primeira nomeação ao Prêmio da Academia foi como coadjuvante no filme de 2000. Seguindo nesse subgênero, podemos citar outros filmes do mesmo cineasta, como Os Duelistas (1977 – concorreu à Palma de Ouro em Cannes, vencendo o Prêmio de Melhor Primeiro Filme); 1492: A Conquista do Paraíso (1992); Cruzada (2005), Robin Hood (2010); Êxodo – Deuses e Reis (2014) e O Último Duelo (2021).
Já seus filme que variam entre o thriller policial, aventura e até um filme de guerra, segue a lista: Perigo na Noite (1987); Chuva Negra (1989); Thelma & Louise (1991 – indicado ao Oscar de direção); Tormenta (1996); Até o Limite da Honra (1997); Falcão Negro em Perigo (2001 – indicado ao Oscar de melhor direção); Hannibal (2001); O Gângster (2007 – indicado ao Globo de Ouro de melhor direção); Rede de Mentiras (2008); O Conselheiro do Crime (2013) e Todo Dinheiro do Mundo (2017 – indicado ao Globo de Ouro de melhor direção).
Sua lista de ficção científica (e fantasia) é especial, com Alien: O Oitavo Passageiro (1979); Blade Runner – O Caçador de Andróides (1982); A Lenda (1985); Prometheus (2012); Perdido em Marte (2015 – indicado ao Oscar de melhor filme); e Alien – Covenant (2017). Finalizando sua filmografia com dramas (e até alguma comédia), temos Casa Gucci (2021), Um Ano Bom (2006) e Os Vigaristas (2003).
Relembrando Paris
Escolhi algumas fotos que fiz durante minha visita à Paris. Dentre elas uma em especial me chamou a atenção: uma armadura destruída de um dos soldados de Napoleão, morto na famosa batalha de Waterloo, atingido de forma acachapante por um canhão. [Fotos: maio/2017].
Outros filmes com Napoleão
Napoleão (Napoléon vu par Abel Gance, 1927) de Abel Gance
Guerra e Paz (Voine i mir, 1965) de Sergey Bondarchuk
Waterloo (Idem, 1970) de Sergey Bondarchuk
As Novas Roupas do Imperador (The Emperor’s New Clothes, 2001) de Alan Taylor
Monsieur N. (Idem, 2003) de Antoine de Caunes