O festival ibero-americano de cinema acontece de 25 de novembro a 01 de dezembro de 2023, com toda a programação gratuita.
Com oito longas-metragens e 15 curtas selecionados, o Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema anuncia os filmes que vão compor a Mostra Olhar do Ceará da 33ª edição, que acontecerá de 25 de novembro a 01 de dezembro. É o dobro de longas e o número de curtas é 50% a mais do que na edição anterior. Esse crescimento é um reflexo da efervescência de produções locais de alta qualidade e o festival confere ao cinema cearense uma maior representatividade na programação. O melhor longa e o melhor curta da Mostra eleitos pelo júri do festival serão agraciados com o Troféu Mucuripe.
Dentre os longas selecionados estão as ficções “Represa”, de Diego Hoefel, único longa-metragem brasileiro no Festival Internacional de Cinema de Roterdã e vencedor de cinco prêmios no 30º Festival de Cinema de Vitória (Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia e Menção Honrosa a Gilmar Magalhães, ator coadjuvante do longa), e “Quando eu me encontrar” , de Amanda Pontes e Michelline Helena, vencedor dos prêmios de Melhor Roteiro (júri oficial) e Melhor Filme (júri da crítica) no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. Outro longa de ficção é “Os maluvidos”, de Josenildo Nascimento e Gislandia Barros, que foi produzido e contou com atuação de moradores do Bom Jardim, bairro localizado na periferia de Fortaleza.
São quatro documentários de longa-metragem: “A luta de Nzinga” de Eduardo Cunha Souza, que faz uma narrativa de conexões entre a história de Maria da Luz Fonseca, uma mulher negra, natural da Ilha de Príncipe e a da rainha angolana Nzinga; “Amilton Melo – ídolo de todos”, de Ciro Câmara e Vinicius Augusto Bozzo, sobre a carreira desse ídolo do futebol cearense; “Nirez eterno”, de Aderbal Nogueira e Glauber Paiva, sobre o pesquisador Miguel Ângelo de Azevedo “Nirez”; e “Um pedaço do mundo”, de Tarcísio Rocha Filho, Victor Costa Lopes e Wislan Esmeraldo, sobre quatro mães de pessoas LGBTQIA+. Fecha a seleção de longas da Olhar do Ceará o híbrido “Todas as vidas de Telma”, de Adriana Botelho.
Segundo a curadora da Mostra Olhar do Ceará, Camilla Osório, a palavra que define o recorte curatorial da Mostra deste ano é a diversidade, e destaca o aumento de produções de longas-metragens no estado. “A gente tem uma seleção de oito longas-metragens, que é uma quantidade inédita. Nunca tínhamos tido tantas produções e a Mostra Olhar do Ceará busca refletir isso, que tem a ver com o aumento do financiamento público ao cinema. Nessa seleção, temos filmes premiadíssimos, como ‘Represa’ e ‘Quando Eu Me Encontrar’, até filmes como ‘Os maluvidos’, que foi feito com poucos recursos e que traz realizadores da periferia de Fortaleza. Dessa forma a gente consegue falar dessa multiplicidade de vozes, que hoje são capazes de criar narrativas e pensar o mundo através do cinema”, completa
Já com relação a seleção de curtas-metragens, a curadora destaca a presença forte das escolas de formação. “Atualmente, nós temos muitas escolas na capital e no interior. Isso traz para a Mostra, muitos realizadores iniciantes. Esse resultado tem muito a ver com a proposta, que é intrínseca na Mostra Olhar do Ceará: de ser porta de entrada dos realizadores cearenses, para que eles possam se mostrar para o mundo. Desse modo, a gente consegue ter a Mostra como um panorama da potência criativa e da diversidade do cinema cearense”, comenta Camilla Osório.
Dentre os 15 curtas-metragens selecionados para a mostra, dois são documentários: “Encruzilhadas do som”, de Edigar Martins, que aborda o papel da música na Umbanda, reverenciando a dimensão encantada e a diversidade sonora, através da experiência de quatro umbandistas de Fortaleza; e o documentário híbrido “Urubu aterrado”, de Cris Sousa e Weslley Oliveira, onde Cris, por meio das memórias de sua mãe, lança um olhar sobre o tempo e o espaço que um dia viveu. As memórias em trânsito se alteram como a força do vento que modifica a paisagem à beira mar. A favela do urubu está aterrada pelo poder da classe dominante.
Duas animações estão entre os curtas selecionados: “Barra Nova”, de Diego Maia; e “Todo mundo tem um anjo”, de Neil Armstrong Rezende. O gênero experimental aparece em três produções: “A humanidade que me resta”, de Kieza Fran Nascimento; “Quando o passado for presente lembra-se de mim no futuro” de Rafael Vilarouca; e “Camurupim” de Allan Matheus, um realismo fantástico/experimental.
Completam a mostra as ficções: “Alienígena”, de Ricardo Peres e Wagner Lima Mendes; “As velas do Monte Castelo”, de Lanna Carvalho; “Jaci”, de Bruno Lobo La Loba; o doc-ficção “Onde está Mymye Mastroiagnne?” de biarritzzz; “O primeiro movimento é explosão”, de Grenda Costa; “Terral”, de Alisson Emanoel e Carol Cavalcante, o drama “A parte que falta”, de Nicole Nasser; e o curta de terror “Noites em claro” de Elvis Alves.
O 33° Cine Ceará terá exibições no Cineteatro São Luiz e no Cinema do Dragão, equipamentos da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult/CE) geridos pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). Com o crescimento no número de filmes, a Mostra Olhar do Ceará desta edição ocupará as duas salas do Cinema do Dragão, que receberá também outras exibições de mostras não competitivas do 33° Cine Ceará. Todos os filmes das mostras competitivas serão exibidos com legenda descritiva para surdos e ensurdecidos em idioma português.
OS LONGAS DA MOSTRA OLHAR DO CEARÁ
A luta de Nzinga. Direção: Eduardo Cunha Souza. Documentário. 74’. Ceará. 2022. Livre
Amilton Melo – ídolo de todos. Direção: Ciro Câmara e Vinicius Augusto Bozzo. Documentário. 75’. Ceará. 2023. 10 anos
Nirez eterno. Direção: Aderbal Nogueira e Glauber Paiva. Documentário. 73’. Ceará. 2023. Livre
Os maluvidos. Direção: Josenildo Nascimento e Gislandia Barros. Ficção. 73’. Ceará. 2022. 12 anos
Quando eu me encontrar. Direção: Amanda Pontes e Michelline Helena. Ficção. 77’. Ceará. 2023. 12 anos
Represa. Direção: Diego Hoefel. Ficção. 77’. Ceará. 2023. Livre
Todas as vidas de Telma. Direção: Adriana Botelho. Híbrido. 72’. Ceará. 2022. Livre
Um pedaço do mundo. Direção: Tarcísio Rocha Filho, Victor Costa Lopes e Wislan Esmeraldo. Documentário. 75’. Ceará. 2022. 12 anos
OS CURTAS DA MOSTRA OLHAR DO CEARÁ
A humanidade que me resta. Direção: Kieza Fran Nascimento. Experimental. 6’. Ceará. 2023. 14 anos.
Alienígena. Direção: Ricardo Peres e Wagner Lima Mendes. Ficção. 15’. Ceará. 2023. Livre.
A parte que falta. Direção: Nicole Nasser. Drama. 18’. Ceará. 2023. 10 anos
As Velas do Monte Castelo. Direção: Lanna Carvalho. Ficção. 16’. Ceará. 2022. Livre
Barra Nova. Direção: Diego Maia. Animação. 12’. Ceará. 2022. Livre
Camurupim. Direção: Allan Matheus. Realismo Fantástico/Experimental. 12’. Ceará. 2022. Livre
Encruzilhadas do som. Direção: Edigar Martins. Documentário. 18’. Ceará. 2023. Livre
Jaci. Direção: Bruno Lobo La Loba. Ficção. 15’. Ceará. 2022. 16 anos
Noites em claro. Direção: Elvis Alves. Terror. 20’. Ceará. 2022. 12 anos
Onde está Mymye Mastroiagnne? Direção: biarritzzz. Doc-Ficção. 17’. Ceará. 2023. 12 anos
O primeiro movimento é explosão. Direção: Grenda Costa. Ficção. 21’. Ceará. 2022. 12 anos
Quando o passado for presente lembra-se de mim no futuro. Direção: Rafael Vilarouca. Experimental. 18’. Ceará. 2022. Livre
Terral. Direção: Alisson Emanoel e Carol Cavalcante. Ficção. 19’. Ceará. 2023. Livre
Todo mundo tem um anjo. Direção: Neil Armstrong Rezende. Animação. 10’. Ceará. 2023. Livre
Urubu aterrado. Direção: Cris Sousa e Weslley Oliveira. Documentário híbrido. 20’. Ceará. 2023. Livre
SERVIÇO
33° Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema – De 25 de novembro a 01 de dezembro de 2023 em Fortaleza, Ceará.
Site: www.cineceara.com
Instagram: @cineceara