Batman (The Batman, 2022) de Matt Reeves | Sinopse: Batman inicia no segundo ano de Bruce Wayne (Robert Pattinson) como o herói de Gotham, causando medo nos corações dos criminosos da sombria cidade. Com apenas alguns aliados de confiança – Alfred Pennyworth (Andy Serkis) e o tenente James Gordon (Jeffrey Wright) – entre a rede corrupta de funcionários e figuras importantes do distrito, o vigilante solitário se estabeleceu como a única personificação da vingança entre seus concidadãos. Durante uma de suas investigações, Bruce acaba envolvendo a si mesmo e Gordon em um jogo de gato e rato, ao investigar uma série de maquinações sádicas em uma trilha de pistas enigmáticas estabelecida pelo vilão Charada. Quando o trabalho acaba o levando a descobrir uma onda de corrupção que envolve o nome de sua família, pondo em risco a própria integridade e as memórias que tinha sobre seu pai, Thomas Wayne, as evidências começam a chegar mais perto de casa, precisando, Batman, forjar novos relacionamentos, para assim desmascarar o culpado e fazer justiça ao abuso de poder e à corrupção que há muito tempo assola Gotham City.
The Batman tem realismo sombrio condizente aos quadrinhos, mas a adaptação possui problemas
The Batman e o Spider-man são meus heróis de infância favoritos, então, eu irei comentar sobre essa versão do Homem-Morcego adaptada ao Cinema. Temos aqui um filme realista e sombrio, exatamente igual a várias HQs do Batman. Talvez tematicamente falando, a mais fiel, mas visualmente Tim Burton ganha com sua Gothan Gótica.
Sim, temos um Batman detetive, igual aos quadrinhos, inicialmente perfeito, com a genialidade de Matt Reeves (Cloverfield – Monstro) em criar uma atmosfera de qualquer sobra, o anti herói possa surgir.
Aponto também atuações perfeitas de todo elenco. Transformar Pattinson com visual meio Kurt Cobain, mostra o desgaste mental que é carregar as cicatrizes, que aqui, são mais profundas no seu passado que achava perfeito. Paul Dano como Charada é uma mistura perfeita dos serial killers de Se7en (1995) e Zodíaco (2007), e cabe bem no mundo realista de Reeves. O vilão seria assim no mundo real, e remete muito ao que ele é nas HQs.
O grande problema mora justamente em seu roteiro. O quadrinho é uma mídia em que podem ser divididas em várias partes, e as multitramas funcionam com perfeição. Porém, como diria Linda Hutcheon: “adaptar requer mudanças”. Para o Cinema, essa várias tramas incha o longa, tomando muito tempo. E por mais que a história instigue, vai cansando um pouco o espectador enquanto o tom épico vai ganhando forma no final.
Infelizmente, quando todas as pontas dessas tramas bem amarradas se concluem, o longa parece não saber a hora de encerrar. Mesmo que o roteiro não contenha falhas que prejudiquem a produção, pelo contrário, traz até um ar de frescor a esse “Batman: Ano 2”. Parece que o filme tem vários finais.
E confesso que é meio estranho transformar um Batman com uma sombra da vilania que paira sobre sua história, transformando a “Vingança” em “Esperança”. Como se Warner Bros dissesse: “Pera, cadê o nosso herói?”
No final o saldo é positivo, mas multitramas que funcionam em um longa onde o Charada é o vilão, é mais do que necessário. Mas será que vai funcionar com toda a galeria de vilões que Batman tem? Veremos…
Ter – digamos assim – “uma cena pós-crédito” assim como Batman Begins (uma informação, lembra que apenas foi mostrada uma carta do Coringa para sua continuação?) é um ato inteligente, porém, menos sutil que o Nolan (quem diria, hein?).
Dúvida: Quando o Bat-móvel aparece pela primeira vez, o Batman estanca? Eu quase caio na risada no cinema.