A Árvore da Vida (Tree of Life, 2011) de Terrence Malick
O filme: seu cerne é sobre a origem da vida e como ela ecoa pela eternidade através de ações e sentimentos.
Para exemplificar claramente a mensagem, acompanhamos a filosofia familiar impregnada com autoritarismo por um pai rígido (nos anos 50), a criação angelical de uma mãe – que é puro amor – e todas as reminiscências emotivas do filho mais velho. Sua formação foi construída bem no meio desse encontro antagônico de sentimentos.
Já adulto (Sean Penn), todo o sentimento construído vem à tona.
Porque assistir: indicado ao Oscar de melhor filme e vencedor da Palma de Ouro em Cannes reafirma em divagações e imagens o estilo filosófico de seu diretor.
De tom contemplativo é capaz de suscitar um céu de possíveis interpretações, pensamentos e divagações diferentes para cada espectador.
Melhores momentos: “Um dia você vai cair e chorar. E então vai entender tudo”.
Brad Pitt constrói com exatidão a figura dura do pai, com seus sentimentos recolhidos e música escorrendo pelos dedos (e a arrebatadora trilha de Alexandre Desplat ajuda muito).
Jessica Chastain é um anjo em forma de atitude e sensibilidade, enquanto o bem jovem, Hunter McCraken, que faz um pequeno Jack de expressão cerrada e reprimida, é excelente.
E a cena final na praia é de uma emoção descontrolada.
Pontos fracos: a miscelânea de ritmos do filme.
Muitos podem se aborrecer com muitas imagens, num quê de National Geographic que envolve a Teoria do Big Bang, os Dinossauros, uma visão de como a vida é uma cadeia eternizada na Terra ao levantar questionamentos religiosos.
Nada menos que cinco editores (entre eles, o brasileiro Daniel Rezende) se deitaram sobre estimadas 365 horas de filmagens. A apreciação é necessária, mas acredito que algo entre 20 e 30 minutos a menos, maximizaria o sentimento despejado espaçado durante suas duas horas e 20 minutos.
Na prateleira da sua casa: uma obra-prima, que simbolicamente funciona como uma grande, valorosa e inesquecível experiência sentimental. Pode fazer você até refletir sobre a própria vida.