Liga da Justiça de Zack Snyder (Justice League Snyder Cut, 2021) de Zack Snyder
O Snydercut está entre nós. Depois de muita campanha dos fãs e do próprio diretor a justiça foi feita. Snyder, depois de tanta tragédia (tanto na vida pessoal como profissional), merecia mostrar sua visão ao mundo (e sim, ele tinha uma). Diferente do longa de 2017, que teve a supervisão de Joss Whedon, esse novo corte do longa tem personalidade e aponta um grande norte para um futuro.
A sinopse é a mesma de 2017. O vilão Lobo da Estepe (voz de Claran Hídes) vem à Terra atrás de três objetos, chamadas de caixas maternas, que juntas podem trazer um mal maior para o planeta, personificado na figura de Darkseid (voz de Ray Potter). Então Batman (Ben Affleck) vai em busca de reunir outros heróis para uma força de resistência, assim nascendo A Liga da Justiça.
Dividido em seis partes e mais uma Epílogo, o longa tem 4h2min de duração, e se beneficia bastante do tempo para desenvolver uma narrativa mais coesa. Cada personagem tem seu desenvolvimento e motivações onde o espectador pode compreendê-lo. Flash (Erza Miller) e, principalmente, Cyborg (Ray Fischer) tem seus dramas bem apresentados. O vilão Lobo da Estepe é outro que ganhou força no enredo, além de podemos vislumbrar quem é a grande ameaça que regeria os próximos filmes de Snyder: Darkseid.
As cenas de ação são melhores trabalhadas também (queimou a língua quem achou que o diretor não teria um corte com mais cenas). Todas as sequencias de ação são potencializadas e o CGI torna mais crível o universo criado. Mas o interessante foi a escolha de formato de tela que Snyder usou no longa. A tela 4:3 pode ser estranha no começo, mas tem o propósito de condensar nossa visão e aumentar a amplitude da profundidade para contribuir muito na ação.
O que realmente recompensa ao ver o longa é perceber que Zack Snyder tinha uma visão macro do que estava fazendo. A versão que foi ao cinema em 2017 é infantil demais e genérica. Comparado ao longa atual, apesar de ambas terem a mesma estrutura, a versão de Snyder tem peso. O diretor trata os personagens como mitos e deuses do nosso mundo evidenciado pelos close-ups e câmera lentas contra-plongées (características do diretor). O mais interessante de ver é a uma correção de rumo nas personalidades dos heróis. Diferente de Batman VS Superman e Homem de Aço, os personagens parecem finalmente ter encontrado seu caminho e se parecem com o que conhecemos das HQs, principalmente do Batman e Superman (Henry Cavill).
Nas mais de quatro horas de filme várias surpresas enchem a tela. As já esperadas, como o citado Darkseid, e manto negro de Superman são elementos pedidos pelos fãs há tempos. Porém nas refilmagens o diretor pode aumentar o escopo do seu universo. Essas novas cenas irão acalentar o coração dos fanáticos. O Epílogo talvez seja o mais polêmico, porém é necessário para ditar o norte que realizador deseja para os próximos longas.
Snydercut está longe de ser o melhor filme de super heróis já feito, mas sem dúvida é “O” presente que os fãs tanto esperavam. Muito superior à versão sem alma de 2017, o filme é uma redenção para o diretor Zack Snyder. Se a Warner vai continuar seu universo, só tempo dirá. Contudo, é com muito prazer em dizer que finalmente A Liga da Justiça de Zack Snyder é um grande acerto do Universo DC.