Ovelha Negra (Goats, 2012) de Christopher Neil
O filme: Ellis Whitman (Graham Phillips) tem apenas 15 anos, mas parece ser a pessoa mais adulta da casa. Sua mãe é uma hippie/new age (Vera Farmiga), o namorado um malandro (Justin Kirk) e o empregado da casa é um excêntrico que se auto-denomina o Homem-Cabra (David Duchovny).
O pai de Ellis, (Ty Burrell), saiu de casa anos atrás e agora tem uma nova família e assim, a função do Homem-Cabra vai além de limpar a piscina e o jardim, e funciona mais como um guru/tutor para o garoto, ao proferir caminhadas instrutivas e produzir a maconha para consumo próprio.
Porque assistir: é curioso ver David Duchovny, o eterno agente Mulder, de Arquivo X, como um maconheiro e cuidador de cabras, em busca do sentido da vida. O jovem Graham Phillips segura a onda.
O elenco ainda conta com a excelente Vera Farmiga – indicada ao Oscar de coadjuvante por Amor Sem Escalas (2009) – como a mamãe quase criança e fora da realidade terrena; a gracinha Keri Russell (Missão: Impossível III; 2006) como a nova madrasta; Ty Burrell (Modern Family, 2009~2013) como o pai e Anthony Anderson (Os Infiltrados, 2006) faz o treinador de atletismo.
Melhores momentos: a redescoberta da relação perdida com o pai, que julgava ser uma coisa e se mostra totalmente diferente; o pseudo-envolvimento com a funcionária do restaurante do colégio, que também é fã de livros clássicos.
Pontos fracos: a estranheza é tanta, que às vezes se perde em suas próprias divagações; o tempo inteiro as pontas dramáticas ficam soltas, sem resolução.
Na prateleira da sua casa: drama do mesmo roteirista de Vivendo e Aprendendo (2008); estreia na direção de Christopher Neil, que trabalhou com a preparação de cenas, diálogos e elenco de filmes como Quero Ser John Malkovich (1999); Adaptação (2002); Star Wars III: A Vingança de Sith (2005); e Maria Antonieta (2006);
Apesar de ser extremamente estranho, o drama – com toques cômicos – mostra a mudança do adolescente ao descobrir o significado de compromisso e estabilidade na vida, após se encaixar na sociedade de um colegiado de classe alta. É a descoberta e o vislumbre da fase adulta, de forma não convencional.