A Secretaria de Cultura, em parceria com a Terrcap, deu o pontapé inicial para a implementação do Parque Audiovisual de Brasília, nesta sexta-feira (15). Em ato na Torre de TV, foi assinado Termo de Cessão de Uso pela Terracap à Cultura de área localizada à beira do Lago Paranoá. O terreno, de 147 mil metros quadrados, abrigará um equipamento cultural destinado ao fortalecimento e valorização da produção cinematográfica e das mais diversas linguagens audiovisuais.
Além da cessão de uso do espaço, será assinado também decreto que institui uma política para o parque, com as diretrizes de ocupação do local. O Parque Audiovisual de Brasília substituirá o Polo de Cinema e Vídeo Grande Otelo, em Sobradinho, cujo terreno volta a ser gerido pela Terracap. “Este lote está posicionado em uma área muito nobre e confere mais possibilidades para atrair investidores e parceiros institucionais, permitindo a criação de um ambiente mais favorável à produção audiovisual”, detalha o secretário de Cultura, Guilherme Reis.
Para ele, a motivação principal para se buscar um novo lugar para o funcionamento do polo de cinema, se deve à demanda do setor por um equipamento público capaz de suprir as carências de uma nova realidade da produção audiovisual. “O polo de Sobradinho ficou obsoleto e não atende mais a demanda de um mercado que está cada vez mais profissional, digital e diversificado em produtos”, justifica.
Parte do programa Lugar de Cultura, de valorização e fortalecimento dos espaços culturais públicos e independentes do DF, o Parque Audiovisual foi pensado no horizonte de uma política de Estado, com foco em garantir mais possibilidades para todo o setor. Isso se dará por meio de atividades formativas de interesse público, além de ações que poderão envolver concessões de espaço e parcerias estratégicas, com o objetivo de criar um fluxo para manutenção e investimentos no espaço público.
Polo Grande Otelo
Criado em 1991 em uma área de cerca de 400 hectares, o Polo de Cinema e Vídeo Grande Otelo sofria há mais de dez anos com o estigma do abandono. Reformado em 2013, o polo chegou a abrigar uma cidade cenográfica para a realização do longa-metragem O Outro Lado do Paraíso, de André Ristum. No entanto, pela falta de uma política efetiva, considerando que aquele equipamento já não era capaz de atender a demanda de um mercado cada vez mais profissional e diversificado, e com um conflito fundiário histórico naquela área, o polo perdia seu objetivo central, de estimular a produção audiovisual.
Em dezembro de 2016, a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Agricultura realizaram uma audiência pública – além de várias conversas com entidades representativas do setor do audiovisual na cidade – sobre o polo de cinema. Com um terreno extenso demais para ser gerenciado e, consequentemente, um alto dispêndio orçamentário, o polo, naquela circunstância, deixara de ser referência positiva para setor audiovisual em Brasília.