A Múmia (The Mummy, 2017) de Alex Kurtzman: “Parte 1” do tal Dark Universe, que seguirá costurado pelo personagem de Russell Crowe, Dr. Jekyll (personagem vindo de O Médico e o Monstro), em outros filmes que virão, “A Múmia” é muito irregular. Esqueça o suspense e horror, característico da lenda da múmia, e mergulhe em uma produção que transborda ação e aventura. Tom Cruise até que se esforça, Anabelle Wallis consegue acompanhar a trama com fôlego, e Sofia Boutella é uma boa múmia. Não chega a ser um desastre, mas a trama é extremamente picotada, desbalanceada e com uma resolução razoável. Nota: 6/10
PS.: Os outros filmes que seguirão para costurar o Dark Universe da Universal Pictures serão “Frankenstein” e “A Noiva do Frankenstein” (ambos com Javier Bardem), “O Homem Invisível”, “O Monstro da Lagoa Negra”, “O Fantasma da Ópera”, “Drácula”, “O Corcunda de Notre Dame”, “O Lobisomen”.
Piratas do Caribe – A Vingança de Salazar (Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales, 2017): O capitão Salazar (Javier Bardem) é a nova pedra no sapato do capitão Jack Sparrow (Johnny Depp). Ele lidera um exército de piratas fantasmas assassinos e está disposto a matar todos os piratas existentes na face da Terra. Para escapar, Sparrow precisa encontrar o Tridente de Poseidon, que dá ao seu dono o poder de controlar o mar.
Eu pensava que ia ficar com uma ressaca pior que tomar rum em alto-mar… Mas na verdade, pode apostar que a trama remete a tudo de bom e já funcionou no primeiro Piratas do Caribe. E olha, até que me diverti com a volta de Jack Sparrow (Johnny Depp). Javier Bardem encarna o tom vilanesco necessário, mas poderia ter mais tempo em tela. Temos os retornos de Geoffrey Rush, Orlando Bloom e Keira Knightley, além de um Johnny Depp muito a vontade. E tirando uns 20 minutos desnecessários, tudo ficaria bem melhor. O resultado final é divertidinho, algumas soluções visuais são sensacionais (como o mapa e o caminho de luzes para o Tridente, além do mar aberto e seu fechamento), tantos os efeitos práticos quanto os especiais só melhoram, e claro, existe uma cena pós créditos. Mas pode dispensar o 3D, em filme já escuro, só piora a sensação de breu em várias sequências. Nota: 6.5/10
Mulher-Maravilha (Woner Woman, 2017) de Patty Jenkins: é uma maravilha de filme. O melhor da nova fase da DC Comics, fácil fácil. Cumprindo muito bem o papel de filme de origem, vamos acompanhar a jornada de como a pequena Diana se tornou a Mulher-Maravilha. A partir de treinamentos incessantes na ilha de Themyscira, passando pela descoberta dos seus poderes, o desafio de uma missão no mundo dos homens, e a eclosão do heroísmo interior, Diana Prince (Gal Gadot) é talhada pelo amor que lhe move e assume a missão de proteger os fracos e oprimidos.
E é isso mesmo, Mulher-Maravilha (2017), primeira filme solo que adapta a personagem das histórias em quadrinhos criada por William Moulton Marston, em 1941, é uma delícia. Engraçado, emocionante, e que grita em grandes sequências de ação. Precisa mais do que isso? Talvez uns 20 minutos a menos e ponto final. Agora, pode mandar mais Mulher Maravilha no cinema, por favor. 8/10 | Clique aqui para ler a crítica completa.
Rei Arthur – A Lenda da Espada (King Arthur: The Legend of the Sword, 2017) de Guy Ritchie: Arthur (Charlie Hunnam) é um jovem das ruas que controla os becos de Londonium, e desconhece a sua predestinação até o momento em que entra em contato pela primeira vez com a espada de Excalibur. Desafiado pela espada, a luta agora é para enfrentar seus demônios interiores, unir seu povo e partir para a luta contra o tirano Rei Vortigern (Jude Law), que destruiu sua família.
Poderia ser uma aventura de fantasia épica, mas é apenas um grande desperdício de dinheiro. Misture um vilão extremamente temível (um espetacular Jude Law), bestas de outro mundo e a lenda de Excalibur. Tempere com ecstasy, inclua palavras/palavrões atuais, entupa sua ação de efeitos especiais, e escolha uma montagem elétrica. O resultado é puro chorume cinematográfico, travestido de “quero ser uma franquia milionária”. Diferente de Sherlock Holmes (2009; 2011) – que incorporava seu estilo frenético às soluções da história, e principalmente eram justificadas pela ação do seu protagonista – o diretor Guy Ritchie utiliza o mesmo artifício aqui apenas para chamar atenção para a sua cena/impressionar o espectador, sem nenhum tipo de ganho à história. No final, deu ruim. Nota: 4/10
Corra! (Get Out, 2017) de Jordan Peele: tem seus momentos de sustos, mas é bem maior que isso. O suspense, que marca a estreia na direção e roteiro em um longa-metragem do comediante Jordan Peele, é notável e já é a maior surpresa do ano (até aqui). A trama do jovem negro – o fotógrafo Chris (Daniel Kaluuya) – que está prestes a conhecer os pais da sua namorada branca – a bela e inteligente Rose (Allison Williams) – , em um viagem de final de semana, vai pintando suas camadas aos poucos, e revela apenas o que é necessário a cada passo. E suas pontuações são precisas.
Para compor o ambiente esquisito, palmas para a trilha sonora do estreante Michael Abels, composta de sussurros, cordas e acordes cortantes. Com a atmosfera do pavor bem plantada, agora só resta esperar a colheita extremamente eficaz. E o que pode parecer uma metáfora clara, do racismo, na verdade é descortinada de uma forma bem mais elaborada, com o medo a seu favor. Corra, mas corra mesmo é para o cinema e confira a melhor surpresa do ano. 9/10 | Clique aqui para ler a crítica completa.
Alien Covenant (Idem, 2017) de Ridley Scott: Após um interessante prólogo entre criador e criatura, a continuação direta de Prometheus (2012) – do qual faz uma boa colagem da trama, e se arrisca em abrir sua trama logo co um desastre dentro de uma nave colonizadora, batizada Covenant. Com o objetivo chegar ao planeta Origae-6, desvia sua rota após receber um sinal no espaço, e assim a tripulação parte para uma missão atrás de um planeta desconhecido.
O sexto capítulo da franquia de ficção-científica é irregular e derivativa, mas faz Ridley Scott voltar as origens para atualizar a franquia às novas gerações. A sucessão de fatos tem o objetivo de entreter e segurar o espectador atual, tão acostumado aos fiapos de trama e uma ação incessante. Vai encontrar algo parecido aqui, principalmente na metade final, portanto missão cumprida. A busca por respostas continua, e evolui para o ‘quem criou os criadores’. E com isso, o diretor faz questão de mostrar que os humanos são sempre os culpados (e sempre seremos) em expor a sua própria espécie ao possível fim. 7/10 | Clique aqui para ler a crítica completa.
O Poderoso Chefinho (The Boss Baby, 2017): Parecia ser uma comédia hilariante sobre a chegada de um irmão mais novo em uma família. Parecia, pois na verdade é uma história estapafúrdia sobre uma missão secreta envolvendo um agente bebê. Consegue ser engraçadinho, mas apenas raspa a emoção sobre o sentimento de ser/ter uma família. Uma animação recomendada apenas para os pequeninos da casa. 6.5/10