“Go Go Power Rangers”… Quando essa musiquinha tocava e a série de TV atingia seu auge da ação nas manhãs das TVs brasileiras, há mais de 20 anos atrás, eu já não era exatamente o público alvo desse produto americano baseado nos moldes de outros japoneses. Sim, eles voltaram, agora com um nova roupagem, nos cinema.
Power Rangers (Idem, 2017) de Dean Israelite tem a missão clara de, ao mesmo tempo, seduzir um público (entre 10 e 16 anos) e dar alguma nostalgia aos marmanjos e fãs da série original. E sim, mesmo com alguns problemas, é um produto OK, onde até mesmo o jovem elenco não compromete.
A trama une cinco adolescentes outsiders – algo meio quero ser Clube dos Cinco (1985) – em uma jornada de autodescobertas (e tome referência de Conta Comigo, 1986, incluindo o uso da canção-título).
A missão é proteger a pequena cidade de Angel Grove – e, por consequência o mundo – que estão à beira de sofrer um ataque alienígena, através de uma renascida Rita Repulsa (Elizabeth Banks, o exagero do exagero). O roteiro costura algo meio convenente ao escolher os futuros Power Rangers, mas acerta demais em apenas liberar a “hora de morfar” apenas quando conseguirem superar seus problemas pessoais e juntarem sua forças em busca de algo maior.
Quanto aos problemas, temos uma vilão over do over (e nada inteligente), um roteiro recortado (algumas sequências parecem ter sido re-costuradas à trama, como a cilada no cais, entre outros), além de um terceiro ato minúsculo (e galhofado até demais para um produto galhofa), com quase nada da típica ação de Power Rangers.
Por outro lado, importante destacar seu mini-prólogo (na era mesozoica), um primeiro ato bem dirigido por Dean Israelite (o mesmo do interessante Projeto Almanaque, 2015), e uma sempre ótima presença do veterano Bryan Cranston (indicado ao Oscar por Trumbo – Lista Negra), como Zordon. Sim, e há espaço ainda para citações de outros super heróis, uma brincadeirinha com Bumblebee e os Transformers, e uma ponta com dois antigos Power Rangers.
E galhofa por galhofa, a produção, ao final, é uma bobagem que se sai bem. “Go Go Power Rangers”.