Sucker Punch – Mundo Surreal (Sucker Punch, 2011) de Zack Snyder
O filme: anos 50. Depois de perder a mãe e matar acidentalmente a irmã, ao tentar se defender do padrasto, garota é internada num manicômio, onde passará por uma lobotomia. Para fugir da realidade cruel, reimagina sua vida em realidades alternativas, onde, para conseguir a liberdade, terá de encontrar cinco elementos.
Porque assistir: as músicas são uma orquestra de hits, remixes e alguma música Cult/indie.
O visual, na extrema maioria, é de babar. E para os marmanjos, ver quatro belas moçoilas (Emily Browning, Abbie Cornish, Jena Malone, Vanessa Hudgens) 99% do tempo de roupas íntimas é bom né? Ok, beleza, e aí? Nada mais…
Melhores momentos: os efeitos especiais são os cenários, e os tons, seus guias.
Um absurdo de bom ao usar o cinza morto para o asilo (Ilha do Medo?), o vermelho (Mouling Rouge?) para o cabaré, branco para a neve (Kill Bill?), o verde sujo para a 2ª. Guerra (o mapa), o fogo na missão do Dragão (isqueiro), as luzes de Saturno e o metal na missão da faca.
Pontos fracos: é violento, mas não há sangue, na sacada de enfrentar zumbis, espíritos e robôs. É viril, sim, mas extremamente exagerado. Tá… Todos concordam que o cinema sempre precisa de novas ideias, originalidade, ok… E depois de tantas reflexões, justificativas, e mesmo com uma sombra gigantesca dos estilos quadrinhos e animes, a dúvida inicial ainda permanece, sim. Mas sou firme em afirmar que é mais videogame e videoclipe que qualquer coisa. Cinema mesmo, não.
Na prateleira da sua casa: se você é impressionável facilmente com (belas) imagens vazias, vai fundo.
Fase I: espíritos samurais gigantes com metralhadoras. Música. Câmera lenta. Fase II: zumbis nazistas na 2ª. Guerra Mundial combatidos com um híbrido de armadura e aeronave (Avatar?). Música. Muita câmera lenta. Fase III: à bordo de um avião de guerra, pára-quedistas combatem monstros medievais e dragões adormecidos. Música. Muita, mas muita câmera lenta. Fase IV: vindas de um helicóptero, as caçadoras de androides (Blade Runner?) enfrentam robôs programados para matar (os clones de Star Wars ou robôs desprogramados de Eu, Robô?). Música. Câmera lenta em níveis alarmantes. Fase V: Num trem-bala que percorre os anéis de Saturno, um embate contra robôs sentinelas (Matrix?). Música. Câmera lenta em níveis insuportáveis.
Juntar e colar referências podem ser válidos, quando há um lastro narrativo, e existe o que dizer, desvendar ou vivenciar. Vide a Trilogia Matrix, a Saga de Star Wars e tantos outros (até citados), que já beberam em outras fontes de mitologia, ciência, religião, literatura e cinema. Seu diferencial é que possuíam a base necessária para um produto completo. Uma história espetacular.
Em determinado momento, Scott Glenn, o chefe das operações mirabolantes (e único que escapa ileso das não atuações) brada: Palavras não valem de nada se não forem acompanhadas de ação. E a fita se resume à construção inversa dessa frase: ações não valem nada se não forem acompanhadas de palavras. Sem mais.
Extras: bastidores e entrevistas