No último dia 07 de outubro de 2016, a Cinemateca Brasileira completou 70 anos. Como parte das comemorações, a instituição lança novo site: www.cinemateca.gov.br
A criação da Cinemateca Brasileira está ligada ao desenvolvimento de práticas socioculturais que possibilitaram a circulação de saberes e fazeres associados ao consumo do cinema no país. As críticas de Joaquim Canuto Mendes de Almeida no Diário da Noite nos anos de 1920, a fundação do Primeiro Clube de Cinema de São Paulo em 1940 e o lançamento da revista Clima em 1941 foram fundamentais para incentivar as discussões teóricas nas quais o cinema aparece como importante meio para difusão cultural e formação de públicos.
Em 1946, com a criação do Segundo Clube de Cinema de São Paulo, um grupo composto por intelectuais, professores universitários e pessoas da sociedade civil se organizaram em defesa da formação de uma cinemateca, e iniciaram uma prospecção de filmes em território nacional e internacional. A preservação do patrimônio cinematográfico brasileiro articulou-se à difusão sistemática da cultura cinematográfica, o que propiciou novas formas de exibição e apreciação de cinema no país.
Durante as primeiras décadas, a responsabilidade de criar condições para pleno funcionamento da instituição e para a formação de um acervo ficou a cargo de Francisco Luiz de Almeida Salles, João de Araújo Nabuco, Lourival Gomes Machado e Paulo Emílio Sales Gomes, que contavam com a colaboração de Gustavo Dahl, Rudá de Andrade, Caio Scheiby, Jean-Claude Bernardet e Maurice Capovilla.
Ao longo do processo histórico, apesar das sucessivas crises institucionais e de enfrentar a precariedade dos meios e dos recursos para sua manutenção, a Cinemateca Brasileira se ampliou para além do pequeno grupo de intelectuais interessados em cinema, e ganhou reconhecimento mundial, tornando-se um dos maiores acervos audiovisuais da América Latina.
Como aponta Paulo Emílio Sales Gomes em entrevista para Lucilla Ribeiro Bernardet: “Não existe Cinemateca Brasileira, nunca chegou a existir. Existe um amontoado de filmes, existem pessoas que se dedicam à coisa, com o tempo vão se renovando, vêm novas gerações, são todas pessoas que permitem a continuidade da Cinemateca”.
Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207
Vila Clementino
São Paulo – SP