Eu nunca fui fã dos Beach Boys, mas por vez ou outra já me peguei cantarolando suas canções (chiclete). Logo, uma biografia do gênio musical por trás do grupo americano, Brian Wilson, é recheada de surpresas para alguém como eu, que não conhece quase nada do grupo. E se dessa forma, o drama biográfico The Beach Boys – Uma História de Sucesso (Love & Mercy, 2014) de Bill Pohlad, funcionou tão bem para mim, aos fãs da banda será puro deleite.
Uma dos grupos mais populares do EUA na década de 60, foi vista pela mídia como concorrente/opção musical aos ingleses dos Beatles. Fundado por Brian Wilson (Paul Dano/John Cusack), um exímio músico, mas que ao longo de sua vida, luta com seus problemas internos. Além disso, vira dependente de uma série de drogas e se isola da sociedade.
Filme dramático com lampejos musicais, The Beach Boys apresenta um retrato não-convencional de Brian Wilson, o inconstante cantor, compositor e líder da banda. Com pano de fundo temos suas músicas, que marcaram uma era, e ainda investiga de perto a viagem pessoal e a derradeira salvação do ícone, cujo sucesso teve um preço pessoal extraordinário.
O drama dividi-se em dois tempos distintos. Há o início de tudo, que percorre o ápice do sucesso, alguns fracassos/apostas musicais de Brian, e a produção dos novos discos da banda. Em paralelo, o filme também avança sobre a meia idade do músico, controlado pelo médico Eugene Landy (Paul Giamatti), até a chegada de Melinda Ledbetter (Elizabeth Banks), quem o ajudou a se reerguer.
Seu título original vem da canção homônima, “Love and Mercy”, lançada por Brian Wilson em seu 1º disco solo (1988), gravado após anos de tratamento psicológico. A música não foi muito bem nas paradas de sucesso, mas foi elogiada pela crítica e encerra o filme de forma emocionante.
Paul Dano (indicado ao Globo de Ouro de coadjuvante) se entrega ao papel na pele de um Brian Wilson jovem, enquanto um John Cusack por vezes blasé faz a figura enquanto mais velha. Complementando o elenco, uma doce Elizabeth Banks como personificação do amor possível, e um Paul Giamatti eficaz como o controverso Dr. Eugene Landy, que tenta a todo custo controlar a situação.
Indicado também ao Globo de Ouro de melhor canção original (“One Kind Of Love”), a obra é apenas o segundo longa dirigido por Bill Pohlad. Reconhecido como produtor indicado ao Oscar por Árvore da Vida (2011). Assinou também a produção de Livre (2014), Jogo de Poder (2010) e Na Natureza Selvagem (2007).
Inédito nos cinemas do Brasil, o DVD (preço sugerido R$ 39,90) apresenta um material especial interessante. Os extras contém ‘Comentário em Áudio’; ‘Uma História Californiana: Criando o Visual de Love & Mercy’; ‘Cenas Excluídas’; e ‘Trailers’.