Em certo momento do filme “Campo dos Sonhos” (1989), o fazendeiro Kevin Costner caminha sozinho por sua plantação de milho e escuta: “Construa que eles virão”. Essa frase, na verdade, era um fantasma, que pede ao protagonista para derrubar o milharal, e assim construir um campo de baseball para o time voltar a jogar.
Parece que algo bem parecido aconteceu com os cinemas do Dragão do Mar. Bastou reinaugurá-lo para que o público, ávido por filmes fora do circuito e carente há 13 meses sem o equipamento, vieram. Mas os números comprovam algo mais. Na verdade esse público voltou, e além disso, se expandiu.
“Muito feliz em acompanhar o crescimento do público no Dragão do Mar, isso significa que nosso trabalho está dando certo”, comemora o programador do Cinema do Dragão/Fundação Joaquim Nabuco, Salomão Santana. Juntas, as duas salas já somam mais de 18 mil espectadores, em apenas quatro meses após a reinauguração. O preço convidativo dos ingressos (R$ 12 a inteira e R$ 6 a meia) também ajuda a popularizar algo que é visto como um público restrito, dos chamados filmes de arte. O cinema, considerada a sétima arte, assim, pode ser apreciada por uma audiência cada vez maior.
Se os cinemas da Fundação são identificados em ter filmes fora do circuito comercial, melhor ainda foi perceber que há público também para a exibição de filmes de arte antigos. Foi o caso da Mostra Especial de Férias da última semana, que exibiu “Um Corpo que Cai” (Vertigo, 1957) em cópia restaurada, com ingressos esgotados para a sessão desde muito cedo. Após a exibição houve um debate sobre o clássico de Alfred Hitchcock, com a participação do crítico de cinema Pablo Villaça. “Nossa ideia é de trazer um clássico restaurado por mês, abrindo mais possibilidades ao promover e experimentando novas formas de comunicação” confidencia Santana.
Filmes como “Ninfomaníaca – Parte 1” – em sua 3ª semana de exibição – que suscitam polêmicas e atraem curiosos para além do público do nosso cinema, aparecem nos números positivos. “Em todas suas sessões, o drama erótico de Lars Von Trier tem uma média de 90% da ocupação de público” ressalta o programador, que revela ainda que o objetivo é é tentar conseguir mais um horário na programação, que hoje conta com três sessões por dia em cada sala.
As salas do Cinema do Dragão passaram por uma completa reforma estrutural, recebendo confortáveis poltronas e equipamentos de última geração, oferecendo o que há de melhor em áudio e projeção digital DCP e 35mm. A sala 1 possui 120 lugares, enquanto a nrº 2 disponibiliza 172.
Cada uma das duas salas possui e confortável e convidativo café, com tapioca, pão de queijo e outras iguarias. E durante as sessões de segunda a quinta-feira o cafezinho é por conta da casa. Mas no caso específico do Cinema do Dragão/Fundação Joaquim Nabuco, esqueça a pipoca. Norma aplicada nos cinemas da rede Fundação Joaquim Nabuco, é proibida a entrada e consumo de qualquer outro tipo de lanche dentro das salas de cinema, afinal o ato de ver um filme tem de ser respeito e curtido em sua totalidade.
Serviço:
Cinema do Dragão – Fundação Joaquim Nabuco
Rua Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema | Fortaleza, CE
Tel. 85 3219.5899 (Bilheteria)
Inteira: R$ 12,00
Meia: R$ 6,00
Dia promocional: Terça-feira | Meia para todos
Especial: estudantes do Porto Iracema das Artes, Escolas de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho, Estudantes de Audiovisual da UFC, Unifor, Vila das Artes e Centro Cultural Bom Jardim – Pagam Meia da Meia R$ 3,00.