O que é, o que é?
Possuem fãs, mas que não alcançam um reconhecimento considerado grande. De argumentos originais, ou mesmo baseados em livros igualmente cultuados. Podem ter ou não mensagens subliminares, mas geralmente surpreendem o público com suas narrativas incomuns, e sem a preocupação em agradar ao público. Podem ser contados detrás pra frente, picotado em historietas, ou até cronologicamente, mas de forma diferente. Apresentam personagens menos convencionais, finais abertos e/ou realidades diferentes do usual, e por vezes se trata de algo de difícil compreensão do grande público – afeito a maiores explicações. Dificilmente se enquadram em fórmulas, e por consequência acabam em circuitos restritos, portanto raramente são blockbusters.
Todas as características nos levam aos “Cult Movies”, ou filmes cultuados em uma tradução literal. Também denominados de filmes alternativos, underground e até mesmo Filmes B, essas obras tão especiais também têm entre suas caraterísticas trilha sonora marcante, e mesmo que seja desconhecida ou não, a canção passa a estar associada ao filme/ou cena em questão.
Entre muitos e muitos Cults, o Clube Cinema se atreveu a listar 16 dos mais incríveis e sempre essenciais para formação de um bom cinéfilo. Pois até mesmo não se identificando tanto com algum desses filmes, vê-los é apenas obrigatório.
1. O Cheiro do Ralo (Idem, Brasil, 2006) de Heitor Dhalia: Lourenço (Selton Mello) é o dono de uma loja que compra objetos usados. Aos poucos ele desenvolve um jogo com seus clientes, trocando a frieza pelo prazer que sente ao explorá-los. Ao mesmo tempo Lourenço passa a ver as pessoas como se estivessem à venda, identificando-as através de uma característica ou um objeto que lhe é oferecido. Incomodado com o permanente e fedorento cheiro do ralo que existe em sua loja, Lourenço vê seu mundo ruir quando é obrigado a se relacionar com uma das pessoas que julgava controlar.
2. Os Sonhadores (The Dreamers, 2003) de Bernardo Bertolucci: Matthew (Michael Pitt) é um jovem que, em 1968, vai estudar em Paris. Lá ele conhece os irmãos gêmeos Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel). Os três logo se tornam amigos, dividindo experiências e relacionamentos enquanto Paris vive a efervescência da revolução estudantil.
3. Oldboy (Idem, 2003) de Park Chan-Wook: preso depois de uma bebedeira, Oh Dae-su (Min-sik Choi) sai da cadeia, liga para casa ele, mas não sabe o que lhe aconteceu e acorda em um quarto onde há apenas uma televisão. Sem saber o motivo, Oh Dae-su fica preso durante 15 anos. Ao sair daquele lugar procura entender o que se passou em sua vida, mas acaba por saber que foi acusado de matar sua mulher. Agora tudo que ele quer é vingança.
4. Donnie Darko (Idem, 2001) de Richard Kelly: Donnie Darko (Jake Gyllenhaal) é um adolescente que está à beira da loucura, devido a visões constantes de um coelho monstruoso, que tenta mante-lo sob a sua sinistra influência. Então ele luta contra os seus demônios, literal e figurativamente, numa intriga de histórias entrelaçadas que jogam com as viagens no tempo, gurus fundamentalistas, predestinação e os desígnios do universo.
5. Requiém Para um Sonho (Requiem for a Dream, 2000) de Darren Aronofsky: Harry quer ser rico. Marion, sua namorada, quer ter uma grife. Enquanto sonha, Harry se encontra com Tyrone – que tem sempre um pouco de heroína. A senhora Sara sonha com uma vida menos solitária. Por isto vive colada na TV e quer aparecer no seu programa predileto com um vestido no qual não cabe mais. Para emagrecer, ela começa a tomar pílulas que tiram a fome. E quando os hábitos viram vício, nenhum deles consegue mais se comunicar. Os sonhos de dinheiro, fama e sucesso sucumbem diante dos pesadelos distorcidos, da dor e da dependência química.
6. Psicopata Americano (American Psycho, 2000) de Marry Harron: Patrick Bateman (Christian Bale) jovem, branco, bonito e sem nada que o diferencie de seus colegas de Wall Street. Protegido pela conformidade, privilégio e riqueza, é também um serial killer, que vaga livremente em busca de uma nova vítima. Seus impulsos assassinos são abastecidos por um zeloso materialismo e uma inveja torturante quando ele encontra alguém que possui mais do que ele.
7. Clube da Luta (Fight Club, 1999) de David Fincher: executivo que trabalha como investigador de seguros (Edward Norton) tem uma boa vida financeira, mas sofre com problemas de insônia. Para tentar se curar, ele começa a frequentar terapias em grupo, mas sua vida vira de cabeça para baixo quando descobre Tyler Durden (Brad Pitt). Com ele, forma um clube da luta, onde pessoas são amigas, mas se esmurram violentamente em algumas noites.
8. Corra Lola, Corra (Lola Rennt, 1998) de Tom Twyker: Lola (Franka Potente), uma berlinense nos seus vinte e poucos anos, de cabelos vermelhíssimos, sua corrida começa quando seu namorado, Manni (Moritz Bleibtreu), se mete em uma encrenca com mafiosos. A história de Lola é contada três vezes. A cada vez, pequenas diferenças alteram por completo o destino de todos os que cruzam seu caminho. Lola e o namorado possuem três tentativas, três chances distintas. Se fracassam, basta começar tudo de novo.
9. O Grande Lebowski (The Big Lebowski, 1998) dos Irmãos Coen: Jeffrey Lebowski (Jeff Bridges) é um desempregado convicto, que vive no ócio e chama a si mesmo de “the Dude”. Quando não está em seu apartamento, ouvindo canções do Creedence ou usando drogas, joga boliche com os amigos Walter Sobchak (John Goodman), neurótico por armas, e Donny (Steve Buscemi), um grande jogador. Um dia, desconhecidos invadem seu apartamento, cobram um dinheiro devido por Bunny (Tara Reid), sua suposta esposa. “Dude” tenta desfazer o mal entendido, mas um deles se vinga urinando no tapete. Em seguida “Dude” descobre que eles estavam atrás de outro Lebowski (David Huddleston), um milionário. Irritado com o que aconteceu, “Dude” vai até seu homônimo exigir uma compensação.
10. Trainspotting – Sem Limites (Trainspotting, 1996) de Danny Boyle: acompanhamos a louca trajetória de Renton (Ewan McGregor), um dos muitos jovens drogados do submundo de Edimburgo. Junto com seus amigos, vive loucamente até o dia em que decide abandonar o vício. Será que ele consegue escolher a vida?
11. Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer (Twin Peaks: Fire Walk Me, 1992) de David Lynch: prelúdio para a série de TV homônima, a trama acompanha exatamente o que seu título nacional entrega. Vamos ver também as investigações do FBI sobre o caso Teresa Banks, que antecede a morte de Laura Palmer (Sheryl Lee). Na balada do trio sexo, drogas e rock n´roll, a vida da princesa de Twin Peaks é virada do avesso entre violentas sequências que vagam entre o sonho e o pesadelo.
12. Cães de Aluguel (Reservoir Dogs, 1992) de Quentin Tarantino: um experiente criminoso reúne seis bandidos para um grande roubo de diamantes, mas estes seis homens não sabem nada um sobre os outros e cada um utiliza uma cor como codinome. Porém o assalto dá errado, e Mr. White (Harvey Keitel) tem de levar Mr. Orange (Tim Roth), com um tiro na barriga ao armazém onde tinha sido combinado que todos se encontrassem. Logo depois chega Mr. Pink (Steve Buscemi), que está certo que um deles é um policial disfarçado e eles precisam descobrir quem os traiu.
13. Delicatessen (Idem, 1991) de Jean-Pierre Jeunet e Marc Caro: num futuro não muito distante, a comida é tão escassa que acaba sendo usada como moeda de troca. Enquanto personagens aparecem e desaparecem, fatos que ocorrem em um prédio nos leva a crer que o proprietário assassina seus inquilinos para que possa vender sua carne e garantir sua própria sobrevivência.
14. The Rocky Horror Picture Show (Idem, 1975) de Jim Sharman: um casal de noivos, cujo carro quebra durante uma tempestade, pedem ajuda em um castelo. O local é ocupado por estranhos com trajes elaborados que estão a celebrar uma convenção anual. E quando descobrem que o chefe da casa é um cientista louco que, na verdade, é um travesti alienígena que cria um homem musculoso em seu laboratório, a situação muda de medo para sedução. Clima camp, um musical de horror é também uma sátira aos filmes de si-fi e tem no elenco Tim Curry e Susan Saradon.
15. Sem Destino (Easy Rider, 1969) de Dennis Hopper: os motoqueiros Wyatt (Peter Fonda) e Billy (Dennis Hopper) são membros da contra-cultura hippie no final dos anos 60. Eles saem de Los Angeles e atravessam o país até Nova Orleans, a tempo para o Mardi Grass, um dos Carnavais mais famosos em todo o planeta. Na viagem encontram um advogado que quer viver a vida (Jack Nicholson), e encaram o espírito da liberdade, mas também muito preconceito.
16. Metropolis (Metropolis, 1927) de Fritz Lang: uma distopia futurista urbana e faz uso deste contexto para explorar a crise social entre trabalhadores e proprietários inerentes ao capitalismo, como expresso por Karl Marx e Friedrich Engels. Filme alemão mudo, é um dos cult clássicos mais aplaudidos da história do cinema.