O mundo do cinema é fantástico. E o gênero da ficção-científica, mais ainda. Sempre projetando futuros bem diferentes daqueles que vivemos, assistimos a uma série de filmes que falam de épocas tão atuais como 2013, 2005 e 1999, como se fossem de outro mundo. Futuros distópicos, fim do mundo, carros voadores, armas a laser, computadores e robôs humanos. Nada (ou muito pouco) disso realmente aconteceu e as tramas estrambólicas foram entulhando um caminho de filmes esquecíveis.
O Tribuna do Ceará pinça uma lista com tramas futuristas, previsões falhas, outras parecidas com filmes que já conhecemos, ou uma vontade de ser diferente. E por vários motivos, essas 11 produções fracassaram em marcar sua época no decorrer dos anos 90.
Freejack – Os Imortais (Freejack, 1992)
Caçadores de recompensa do futuro se transportam para o presente em busca de novos corpos para um milionário. Após uma colisão, o piloto de corridas Alex Furlong (Estevez) é enviado ao futuro, em 2009. Ele está morto. E corre pela sua vida. Ele é um “freejack”, um estranho em um mundo de estranhos. E o persistente “caçador” (Jagger) pode conseguir milhões com ele.
Johnny Mnemonic: O Cyborg do Futuro (Johnny Mnemonic, 1995)
Em 2021, o mundo inteiro está conectado através de uma gigantesca Internet. Metade da população é afetada pela NAS, uma espécie de AIDS do século XXI, que consiste em ter uma alergia fatal às ondas eletromagnéticas. No entanto, um mensageiro cibernético (Keanu Reeves, indicado ao Framboesa de Ouro de pior ator) é contratado para transportar 320 gigabytes que contêm a cura para este mal em um chip implantado no seu cérebro.
Assassino Virtual (Virtuosity, 1995)
Um programa de computador projetado para ser um perigoso e eficiente assassino, usado até então apenas para treinamento de policiais, toma vida própria. A única pessoa capaz de deter Sid 6.7 (Russell Crowe) é um ex policial (Denzel Washington), condenado por matar o assassino da esposa e que no mundo virtual conseguia derrotar Sid.
O Juiz (Judge Dredd, 1995)
No terceiro milênio, o mundo mudou. A lei como conhecemos entrou em colapso. Da decadência surgiu uma nova ordem, uma sociedade regida por uma nova força de elite da polícia, que atua como juiz, júri e carrasco, que são conhecidos como “Os Juízes”. Dredd (Sylvester Stallone, indicado ao Framboesa de Ouro de pior ator), o mais lendário dos juízes, é vítima de um plano que o incrimina como assassino e acaba banindo-o da cidade onde vive.
Fuga de Los Angeles (Escape From L.A., 1996)
No ano 2000 a cidade é separada do continente por um grande terremoto e se transforma em um local para qual todos os indesejáveis são remetidos. Assim, um aventureiro (Kurt Russell), que é um misto de herói e bandido mas que em 1997 tinha salvado o presidente dos Estados Unidos, é “convocado” pelo presidente para recuperar a caixa e matar sua filha, mas se ele não cumprir a missão em menos de dez horas será morto por um vírus que foi colocado na sua corrente sanguínea.
A Ilha do Dr. Moreau (The Island of Dr. Moreau, 1996)
Em uma remota ilha no Pacífico Sul, Dr. Moreau (Marlon Brando) é um brilhante geneticista em busca da evolução e usou a chave da ciência para abrir os portões do inferno. Quando um diplomata das Nações Unidas (David Thewlis) visita seu laboratório, descobre fantásticas, mas brutais experimentos transformando animais em besta humanóides. Remake foi indicado ao Framboesa de Ouro de pior filme, pior diretor, pior roteiro, pior dupla e pior ator coadjuvante (Val Kilmer), categoria última vencida por Marlon Brando, pelo mesmo filme.
O Mensageiro (The Postman, 1997)
Em 2013, depois de muitas guerras, os habitantes do que restou da Terra quase não têm mais esperanças. As poucas lembranças boas estão registradas em cartas antigas, que um estranho andarilho (Kevin Costner) guarda. São essas mensagens que dão força a um povo para reconstruir suas vidas e enfrentar novos desafios. Dirigido e produzido por Kevin Costner, custou U$ 80 milhões e faturou apenas U$ 17 milhões, a ficção foi o grande vencedor do Framboesa de Ouro do ano com cinco prêmios: pior filme, pior diretor, pior ator, pior roteiro e pior canção.
Nirvana (Nirvana, 1997)
Programador de videogames (Christopher Lambert) faz os últimos acertos em um novo jogo, só que um vírus entra no computador e afeta o herói do game – Solo, que ganha consciência e pede para ser deletado. Sensibilizado, Jimi resolve entrar no computador central da empresa que detém os direitos do jogo e cancelá-lo. Viagem visual que brinca com a realidade e ficção, sem nunca conseguir chegar a lugar nenhum.
Perdidos no Espaço: O Filme (Lost In Space, 1998)
O ano é 2058. Com os recursos da Terra se esgotando, a sobrevivência humana depende do lançamento da Família Robinson ao espaço, na tentativa de colonização de “Alpha Prime”, o único planeta na galáxia habitável para nossa espécie. Quando um clandestino sabota a missão, os Robinsons se vêem vagando pelo espaço em uma aventura sem direito a escalas. Adaptação da série de TV dos anos 60, foi um fracasso completo, da realização às bilheterias. Concorreu ao Framboesa de Ouro de pior sequência ou remake.
O Soldado do Futuro (Soldier, 1998)
No futuro, as guerras intergalácticas são lutadas por seres meio humanos e meio robôs. Mas o veterano sargento Todd (Kurt Russell) insurge-se contra a ditadura das máquinas e decide enfrentá-las, para proteger um grupo de humanos que vive refugiado num planeta que serve como depósito de lixo de tecnologias ultrapassadas. Fita de ação pró belicismo, com um ponto de partida interessante, mas sem uma linha de chegada a ser considerada.
Godzilla (Godzilla, 1998)
A radiação na polinésia causada por testes nucleares franceses provoca uma transformação na vida da região e uma destas mutações é o surgimento de um réptil colossal. O governo americano convoca um biólogo para ajudar a descobrir como deter este imenso lagarto que vai para Nova York. E a pior notícia é quando se descobre que o imenso réptil está “grávido”, pois se reproduz de forma assexuada. Remake de mais uma aventura do monstro japonês é um horror, e foi indicado ao Framboesa de Ouro de pior filme, pior diretor, pior roteiro, e venceu nas categorias de pior atriz coadjuvante (Maria Pitillo) e pior sequência ou remake.
O Homem Bicentenário (Bicentennial Man, 1999)
Em 2005, uma família americana compra um novo utensílio doméstico: o robô chamado Andrew (Robin Williams, indicado ao Framboesa de Ouro de pior ator), para realizar tarefas domésticas simples. Entretanto, aos poucos o robô vai apresentando traços característicos do ser humano, como curiosidade, inteligência e personalidade própria. o início da saga de Andrew em busca de liberdade e de se tornar, na medida do possível, humano. Coitado do Isaac Asimov, teve seu conto adaptado em forma de um drama sem graça e que apela para o sentimentalismo barato. Venceu o Oscar de melhor maquiagem.
13º Andar (The Thirteenth Floor, 1999)
No 13º andar de uma grande companhia, um grupo de cientistas criam a realidade virtual perfeita ao refazer a Los Angeles dos anos 30. Seus habitantes estão confinados num chip de computador. Mas um crime entre seus criadores pode dar fim a toda essa reinvenção futurista. A ficção científica explora, de forma terrível, a possibilidade da simulação do universo por computador, indefinindo os limites do real. Sem suspense e sem sal.
Enigma do Espaço (The Astronaut’s Wife, 1999)
Durante uma missão espacial, dois astronautas perdem contato com a NASA por dois minutos. Em seguida, tudo parece ter voltado ao normal e retornam à Terra. O mais velho morre de ataque cardíaco. Em seguida, sua esposa comete suicídio. Tudo parece ir bem com o outro (Johnny Depp), que abandona a profissão e se muda para Nova York com a esposa (Charlize Theron). Contudo, ela começa a estranhar suas atitudes após descobrir que está grávida de gêmeos e que a esposa suicida do outro astronauta também estava na mesma condição.
Wing Commander – A Batalha Final (Wing Commander, 1999)
Planeta Terra, 2564. A Confederação enfrenta a raça alienígena Kilrathia em uma violenta batalha. Os inimigos se apoderam de um instrumento de navegação que fará com que eles consigam se aproximar perigosamente da Terra, sendo que apenas três jovens pilotos são capazes de impedir o avanço das tropas alienígenas. Adaptação dos clássicos games da Origin Systems, lançado em 1990, é um dos piores filmes baseado em jogos da história.