X-Men – Primeira Classe (X-Men: First Class, 2011) de Matthew Vaughn
O filme: a história conta o início de tudo. Mostra os primórdios do jovem Erik, futuro Magneto, seu treinamento forçado por um doutor nazista (Kevin Bacon), e de certo Charles Xavier, que não hesita em usar seus poderes telepáticos para conquistar garotas, tem a emoção, dor, paixão, vingança e dramas pessoais que poderiam ser das maiores tragédias já vistas.
O contexto histórico, da crise dos mísseis entre URSS e os EUA, e Cuba, que abrigava o arsenal militar soviético, é tenso, muito tenso. E o surgimento, ou a descoberta, dos mutantes pelo governo americano, não é vista com bons olhos. Xavier e Erik recrutam jovens mutantes (Destrutor; Fera; Banshee; Angel; Darwin) e com a adição de Mística (Jennifer Lawrence, deliciosamente sensacional), o batizam de primeira classe.
Porque assistir: o clima retrô não poderia ser melhor, com o uso das (poucas) tecnologias dos anos 60, e um vilão esplendidamente malvado feito por um Kevin Bacon irrepreensível, e que comanda a interessante Emma Frost – a moça de diamante; Azazel; e Maré Selvagem, a jornada pelo orgulho mutante começa. E testemunhamos o nascimento do Cérebro, a máquina capaz de localizar outros mutantes, do uniforme dos X-Men, sua primeira missão, e uma amizade (Xavier e Erik) fadada ao antagonismo (“Matar não vai lhe trazer paz”; “A paz nunca foi uma opção”).
Xavier é pura emoção e James McAvoy transpira toda a sensibilidade necessária. Notável personagem, Erik é um animal raivoso, que carrega uma dor que despejará toda sua fúria em busca de vingança. E assim Michael Fassbender tem uma atuação magnética e precisa.
Há fantasia, personagens fantásticos, mas não fantasiosos. Os seres (mutantes) tratados com tamanho repúdio pelas pessoas, na verdade são as criaturas mais críveis e humanas da trama. É o velho medo do desconhecido.
Pontos fracos: algumas falhas na linha do tempo dos personagens já vistos em outros filmes dos X-Men.
Melhores momentos: a descoberta de novos mutantes; a montagem da primeira classe; a recusa de Wolverine; o embate final, Magneto controlando um submarino e uma certa bala “perdida”.
Na prateleira da sua casa: muito além de apenas um filme de heróis e uma aventura baseada em quadrinhos, X-Men – Primeira Classe é uma produção classe A. Com sua história que finca bandeira na tragédia (humana) anunciada, mas nunca previsível. Um elenco – ainda sem estrelas – mas digno de aplausos, diálogos formidáveis, uma trama que cresce em tensão e força, e uma sequência final que impressiona e arrepia. E que venham mais X-Men…