O Espião que Sabia Demais (Tinker Tailor Soldier Spy, 2011) de Tomas Alfredson
O Espião que Sabia Demais (Tinker Tailor Soldier Spy, 2011) de Tomas Alfredson, é um filme essencialmente de espionagem. Sua trama mostra um agente renegado (Gary Oldman) de volta ao topo da cadeia do Serviço Secreto de Inteligência Britânico em busca de um agente duplo plantado pela Rússia.
Esqueça os tiros, as perseguições, efeitos especiais ou o glamour. O cansaço e as rugas, estampado nos rostos dos agentes secretos, são os reflexos dos anos de intenso trabalho. Os olhos tristes e frios dizem mais que qualquer palavra. E o jogo para descobrir quem é o traidor está apenas começando. E será aplaudido ao final da sua minuciosa investigação.
No princípio há uma missão, completamente tensa, mas são disparados apenas três tiros durante todo o filme. O jogo é duro, difícil e a traição pode estar em qualquer sorriso. Seus diálogos são preciosos e o poder dos olhos do magnífico Oldman é maior que qualquer força da natureza. Ali está a sua maior força de interpretação. O seu grande elenco é também grandioso. Há um discreto Colin Firth, mas necessário. Temos ainda os competentes Tom Hardy, Mark Strong, John Hurt, Toby Jones, Stephen Graham e Benedict Cumberbatch.
O Espião que Sabia Demais é feito de silêncios e sutilezas. Nunca há a necessidade de revelações bombásticas, explicações ou explicitações de algum que aconteceu. Preste atenção aos nomes dos personagens e suas sutilezas.
Repare na astúcia que mostra a mudança de óculos do protagonista (Gary Oldman). Assim você pode diferenciar sempre o passado do presente, sempre recorrente nas idas e vindas do tempo. Perfeito. A fotografia é basicamente cinza, fria até a alma, seus cenários são maravilhosos e a notável trilha sonora de Alberto Iglesias completa a obra prima. E lembre-se: tudo que se passa na tela é importante. Até a última lágrima.
Agora pode aplaudir… ClapClapClap.
INFORMAÇÕES ESPECIAIS: Prêmios: indicado ao Oscar de melhor ator (Gary Oldman), roteiro adaptado e trilha sonora; Concorreu ao Leão de Ouro em Veneza; 12 indicações ao BAFTA (melhor filme britânico, filme, direção, roteiro adaptado, fotografia, edição, figurino, trilha sonora, direção de arte, som e ator – Gary Oldman);