Após o lançamento do primeiro Star Wars (ou Guerras nas Estrelas na época), em 1977, o sucesso foi tão avassalador, que todo mundo queria tirar vantagem do novo fenômeno pop. Filmes americanos, turcos, japoneses, italianos e até os Trapalhões entraram na onda de Darth Vader, Luke Skywalker, Princesa Leia, Chewbacca, Han Solo e companhia.
As cópias eram tão descaradas, que elementos como os sabres de luz, o príncipe do bem vs. o mal (encarnado em negro), os robôs falantes e outros alienígenas eram repetidos à exaustão. Para se divertir com as imitações alheias, seja ela trash puro, ou matinées divertidas, o Tribuna do Ceará lista 11 filmes que copiaram descaradamente a saga de Star Wars.
Os Trapalhões na Guerras dos Planetas (Idem, Brasil, 1978) de Adriano Studart
Terceiro filme da trupe dos Trapalhões (Didi, Dedé, Mussum e Zacarias), a produção é uma paródia trash e ingênua de Star Wars (1977). Vindo do espaço, o príncipe Flick (Pedro Aguinaga) pede ajuda dos Trapalhões para libertar o planeta onde vive do domínio do malvado Zuco (Carlos Bucka – o Darth Vader). O príncipe oferece uma recompensa, que é aceita pelos quatro amigos, que embarcam em uma nave espacial, pilotada por um monstro peludo chamado Bonzo (ou o Chewie brasileiro).
Galactica: Astronave de Combate (Battlestar Galactica, 1978) de Richard A. Colla
Piloto da série de TV “Battlestar Galactica”, que foi reeditado e lançado nos cinemas em 1978 para tentar aproveitar a fama de Star Wars (1977). No futuro, as colônias humanas no espaço travam uma guerra de mais de mil anos contra o Império Cylon, formado por andróides remanescentes de uma antiga raça malévola. Os Cylons (muito parecidos com os Stormtroopers) querem conquistar todo o Universo e encontram resistência apenas na raça humana.
O Homem que Salvou o Mundo (Dünyayi Kurtaran Adam, Turquia, 1982) de Çetin Inanç
A ficção-científica é uma fantasia de kung-fu, que se tornou conhecida como um “Star Wars Turco” nos EUA. O motivo é que, literalmente, rouba cenas gravadas de Star Wars (1977), como o espaço de fundo e até a Estrela da Morte, durante vários minutos na abertura e final. Além das imagens usadas de forma descaradas, na trama há também um vilão bizarro com seu traje preto e máscara. Alguém aí falou em Darth Vader? Pois é. Suas tropas também são um cruzamento entre os Stormtroopers de Star Wars e os Cylons de Battlestar Galactica (1979). Quer mais? Você vai escutar a música do Raiders e de Flash Gordon também.
Krull (Idem, EUA, 1983) de Peter Yates
Há muitas semelhanças com Star Wars (1977). Há o velho mentor sábio (Obi-Wan/Alec Guinness – substituído aqui por Freddy Jones/Ynyr), um vilão/mostro (Darth Vader por a Besta), e os soldados do mal (Stormtroopers pelos Slayers), o herói rebelde com poderes místicos (Luke?), uma criatura que chama a atenção (o Chewbacca da vez é um Ciclope). Temos também cavalos voadores e a principal arma é um frisbee mortal – repare como ele empunha a arma luminosa no poster, similar à Luke Skywaler. Por tudo isso, a fantasia de ficção deixa com um gosto de um filme quase idêntico.
Starcrash (Idem, Itália, 1978) de Luigi Cozzi
Na tradição de Barbarella (1968), Starcrash nos dá uma heroína feminina sexy, mas dessa feita Stella Star (Caroline Munro) é dura, feroz e toda vestida de couro. Stella e seus aliados (incluindo um jovem David Hasselhoff) deve derrubar um exército de bandidos com sede, uma estação espacial em forma de uma mão gigante. O que há de cópia de Star Wars (1977)? Uma cena de abertura com uma nave espacial voando sobre nossas cabeças, um sabre de luz, e um senhor da guerra do mal chamado “Zarth”.
O Humanóide (L’umanoide, Itália, 1978) de Aldo lado
Essa aventura galáctica desenfreada imita Star wars o quanto pode. São muitos droids (incluindo capacetes ao estilo de Darth Vader, robôs tipo R2D2), e as setas de luz em vez dos sabres de luz. Plus, na cópia exibida nos EUA, o diretor é creditado com o pseudônimo de “George Lewis” (George Lucas?). Na trama um humanóide se descobre herói (Richard Kiel, mais famoso como Jaws da série James Bond).
Mercenários das Galáxias (Battle Beyond The Stars, EUA, 1980) de Roger Corman
A ficção-científica nível Z implora, rouba e toma emprestado muito de Star Wars (1977), além de Sete Homens e um Destino (1960) e, por extensão, Os Sete Samurais (1954). Bata a mistura com o mestre dos filmes de baixo orçamento, Roger Corman, e tchanam, temos uma pequena cópia espacial. Na trama o herói da vez recruta um grupo de guerreiros espaciais para ajudá-lo a proteger seu mundo contra uma origem maligna. Equipados com uma nave espacial fêmea (com direito até a mamilos), ele tem como ajudante um personagem meio patife, meio engraçadinho (ao estilo de han Solo), que entra na aventura por dinheiro. Suas sequências de ação deixam bem claros o seu nível de produção, “destacando-se” as batalhas espaciais, com seus tiros e explosões reutilizadas (!?) inúmeras vezes, tanto neste filme, quanto em outros do mesmo produtor (!?) e diretor (não-creditado).
Guerra no Espaço (The War in Space/ Wakusei daisenso, Japão, 1977) de Jun Fukuda
Mais conhecido por ter produzido Godzilla, o estúdio Toho lançou as pressas uma aventura espacial triste. Como Star Wars (1977), o filme se incia com uma tela/espaço, mas não estamos em uma galáxia distante e sim em um futuro próximo. Não tem Chewbacca, mas tem um Wookiee com um chifre na cabeça, um punhal de luz (sabre de luz?) e a frase/bordão “eu tenho um mau pressentimento sobre isso” é usada à exaustão. A nave-mãe “Ghoten” (alguém aí pensou em Estrela da Morte?) atira e envia navios de combate menores como uma arma que disparar balas. Ah, os japoneses…
Mensagem do Espaço (Message from Space/Uchu kara no messeji, Japão, 1978) de Kinji Fukasaku
Estúdio rival do Toho, o Toei (famoso por Gamera), lançou uma aventura espacial bem brega. Há uma cena similar em cantina (Han Solo atiraria primeiro), com Vic Morrow vestindo um chapéu flexível enorme. A heroína da vez é Meia (Princesa Leia?), um chicote de luz substitui o sabre de luz. Um misto de Sete Samurais, Indiana Jones e claro, Star Wars.
S.O.S. Tem um Louco Solto no Espaço (Spaceballs, EUA, 1987) de Mel Brooks
Paródia assumida, temos personagens espelho de Star Wars como Darth Vader/Dark Helmet, Chewie/Barfolemew, Han Solo/Lone Star, Leia/Vespa, os robôs e Stormtroopers. Na trama, o ditador de Spaceball, o presidente Skroob (Mel Brooks), manda o cruel Dark Helmet (Rick Moranis) seqüestrar Vespa (Daphne Zuniga), a princesa de Druidia, e exigir do Rei Roland (Dick Van Patten), o pai dela, que libere todo o ar. Lone Starr (Bill Pullman) e Barfolemew (John Candy) recebem de Roland o pedido de resgatá-la, sendo que Starr exige um milhão de dólares espaciais pelo resgate, pois é quanto deve para um agiota intergalático.
O Último Guerreiro das Estrelas (The Last Starfighter, EUA, 1984) de Nick Castle
Ao invês de uma escola de Jedis, temos a Liga das Estrelas. Um jovem expert nos jogos de fliperama é recrutado através do seu recorde batido em um dos consoles nos EUA. O adolescente agora é um aprendiz de guerreiro das estrelas, que deverá enfrentar uma batalha com inúmeros aliens diferentes. Na trama o personagem de Centauri substitui Obi-Wan, enquanto Grig é ums mistura de de Han Solo e Chewie. E o jovem protagonista cheio de habilidades, pode ser visto como Luke também.